Palco Forró do FIG evidenciou a boa tradição nordestina
As madrugadas frias de Garanhuns não afastaram o público do arrasta-pé
Na madrugada de sexta-feira, 28/7, o público do Palco Forró do 27º Festival de Inverno de Garanhuns se esquentou mesmo a 16ºC. É que a programação, que iniciou às 23h, colocou todo mundo pra dançar aquele “dois pra lá dois pra cá” que todo nordestino sabe. Três atrações fizeram o povo tirar o pé do chão: Forró Pesado de Garanhuns, As Severinas e Flávio Leandro.
O trio feminino As Severinas (Marília Correia, Isabele Moreira e Monique D’Ângelo), que possui seis anos de estrada, misturam música e declamação de poesia popular em suas apresentações. Elas tocam e cantam um repertório para todos os públicos, em especial, os jovens. Com clássicos do forró pé-de-serra e releituras de músicas da MPB em ritmo de forró, a vocalista Monique tem uma voz forte e uma energia que contagia. Em seu primeiro FIG, as moças do Sertão do Pajeú trouxeram uma banda, incrivelmente, entrosada. “Foi pleno e maravilhoso tocar, pela primeira vez no FIG. No início da nossa carreira, não pensávamos que chegaríamos a atingir o público que temos hoje, especialmente porque foi um projeto pensado para funcionar em um tempo determinado. Hoje, percebo que não apenas os jovens se interessam pelo nosso trabalho como públicos de todas as idades, algo que não imaginávamos. O retorno tem sido favorável e o nosso maior sentimento é o de gratidão”, diz Monique.
Em seus shows e declamações, As Severinas buscam abordar temáticas em louvação e defesa da mulher nordestina guerreira. “Nos tempos em que vivemos, nos deparamos com machismo e violência. Como mulheres e artistas e obrigação nossa levar essa mensagem a um público cada vez maior e que coisa boa poder dizer isso para as pessoas. Como é bom dizer ‘não’ ao preconceito e pregar o amor ao próximo”, declara Monique.
Flávio Leandro é um expoente da música nordestina. Com mais de 20 anos de carreira, ele ganha o palco sendo através da animação ou da emoção. Com voz arrebatadora, ele é acompanhado por metais, flauta transversa, bateria, contrabaixo e guitarra tendo a zabumba, a sanfona e o triângulo como protagonistas instrumentais. Compositor de músicas memoráveis cantadas por grandes nomes da música regional, seu show tem alta qualidade onde a poesia ganha vez e voz cantada. “É muito prazeroso trabalhar o forró que é uma matriz cultural nordestina e falar de amor é uma obrigação minha enquanto artista, nós somos como fotógrafos do cotidiano. A cada vez que subo no palco a sensação é diferente e a satisfação é muito grande. É como se fosse a primeira vez”, diz o artista. Em seu segundo FIG, Flávio conquistou o público com seu carisma que interagiu e cantou com ele.
O jovem talento de Garanhuns, Mateus Cordeiro, fez uma participação no show cantando uma música com Flávio. “É uma responsabilidade muito grande cantar com ele que é um compositor e cantor que eu admiro muito. Poucas pessoas cantam e compõem como ele”, diz Mateus.
Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br/