PRIMEIRO DIA DO PALCO INSTRUMENTAL TROUXE SAMBA E FREVO À GARANHUNS
Entre as atrações, o violinista Henrique Annes e o Maestro Ademir Araújo, amigos e parceiros de Naná Vasconcelos
Já no meio da tarde da última terça (26), os turistas que buscavam passeios diurnos e dezenas de admiradores de música instrumental aguardavam, ansiosos, o início do Palco Instrumental do 26º FIG, tradicionalmente instalado no Parque Ruber van der Linden. Como durante a semana o horário dos shows nos polos oficiais é antecipado em uma hora, às 17h o chorinho de Sérgio Marcos já ecoava pela mata preservada do parque, reunindo os presentes, que começavam a se estabelecer à frente do palco.
A banda cearense Murmurando, segunda atração do dia, continuaria a dar fôlego às apresentações com seu repertório de choro, samba e baião, fruto dos dez anos de carreira. A oportunidade de tocar no FIG serviu para trazer o novo trabalho do grupo, o CD “Assovio do Tiê”, que conta com dez músicas autorais, produzido através do Laboratório de Música da renomada Escola Porto Iracema das Artes, em Fortaleza, e lançado no início desse mês.
Fazendo uma homenagem às várias vertentes da Música Popular Brasileira, como o samba e os boleros da década de 50, o violinista Henrique Annes, membro da Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, trouxe um show hipnotizante e intimista ao van der Linden, tocando, entre outros, sucessos de Torquato Neto, Tom Jobim, Baden Powell e Luiz Gonzaga. “Como aqui temos vários tipos de público, tentei acompanhar (risos). Não deixo de estudar e tocar meus clássicos, mas quis fazer um concerto para todos, com músicas mais populares e também as da minha época. Acho que com essa interação musical a gente consegue chegar a um denominador comum”, relatou.
O músico, que recentemente completou 50 anos de carreira, deve lançar um DVD em breve que contou com a participação do percussionista e homenageado do FIG 2016, Naná Vasconcelos, de quem era amigo e segue sendo fã. “Tem que aparecer ainda mais homenagens, porque ele lutou muito por seu país. Foi um criador, um inovador, o Beethoven da percussão. Fico muito sensibilizado de participar desse momento”, contou Henrique, que se apresentou com George Rocha, percussionista convidado da maioria de seus shows, que também se emocionou ao falar do instrumentista. “Acredito que todos os percussionistas tenham se inspirado em Naná; comigo não foi diferente. Seu material é obrigatório para qualquer músico”, completou Rocha.
Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br/