Esplanada Dominguinhos comemorou os 70 anos de Alceu Valença

Azulão, Juliano Holanda e Roberta Sá também animaram a quarta-feira (27)

A última quarta-feira (27) foi um dia de festa na Esplanada Mestre Dominguinhos. A data foi escolhida como o dia da “festa de aniversário” oficial do cantor Alceu Valença, que completou 70 anos de idade no último dia 1º, e também do lançamento de seu filme, “A luneta do tempo”, na mostra de cinema do 26º FIG. O público do festival, como não poderia deixar de ser, já lotava a praça no início da noite, à espera do aniversariante, conhecido pelos mais de 20 álbuns de estúdio e por lotar shows por todo o país.

O cantor e ícone da cultura caruaruense Azulão foi o primeiro a se apresentar na noite, interpretando seus forrós inspirados por Luiz Gonzaga com muita energia. Logo depois, o compositor, instrumentista e produtor musical Juliano Holanda subiu ao palco para mostrar um pouco de seu trabalho solo. Juliano, conhecido por ser um “homem de todas as cordas”, já participou de mais de 100 discos, com diversas bandas e projetos diferentes, entre eles a Orquestra Contemporânea de Olinda, do qual faz parte até hoje. O show contou com a participação da atriz e cantora Laila Garin, parceria firmada durante a produção da trilha sonora da minissérie global “Amorteamo”, composta por Holanda. Pela primeira vez, os dois seguiram a vontade de se apresentar juntos. O resultado foi bem recebido pelo público, formado por fãs de todos os Julianos possíveis.

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“A gente sempre planejava fazer alguma coisa juntos e achei que essa era uma boa oportunidade de chamar amigos para participar do meu show. Laila é incrível no palco e tem uma voz linda”, comemorou Holanda, que já faz parte da história do FIG há muito tempo. “Quando eu era criança, vinha ver os shows com a minha mãe e assisti Cássia Eller, Adriana Calcanhoto, Xangai, shows que me marcaram. Para mim, como músico, eu também sou produto desse festival, que permite que a gente veja coisas que não veria em lugar nenhum”, completou o multiartista, que atualmente produz o disco do cantor pernambucano Almério, pelo projeto Natura Musical, e pretende lançar um novo disco solo até o final do ano.

Pela terceira vez, primeira com o último trabalho, “Delírio” (2015), a cantora potiguar Roberta Sá se apresentou no Palco Mestre Dominguinhos, dessa vez com um público já ávido, que não esquecera as apresentações anteriores. Cantando composições de Martinho da Vila e Adriana Calcanhoto, a cantora contou que o trabalho é uma espécie de “retorno à casa”, ao samba que pouco trabalhou no último álbum, e que um DVD homônimo gravado no Rio de Janeiro deve ser lançado ainda no segundo semestre.

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Simpática, Roberta se disse satisfeita em voltar a um palco agora nomeado com um de seus grandes ídolos, a quem já prestou homenagem no festival. “Adoro o público daqui e estava com muita saudade. Esse é um reencontro com uma cidade que adoro, em um estado que é exemplo para todo o Brasil em relação ao incentivo e ao fomento à cultura. A felicidade é maior por cantar no Palco Dominguinhos, um dos maiores músicos do mundo”, pontuou.

Alceu, um presente para Pernambuco

Nas redes sociais, durante e após o show do cantor Alceu Valença, fãs vibravam com sua performance. Detentor de um dos públicos mais apaixonados do estado, Alceu cantou músicas de diversas fases de sua carreira, com a turnê “Raízes”, que comemora seus 70 anos. Todas conhecidíssimas do público, que não parou de cantar e dançar até que as cortinas se fechassem. Uma sequência de “Baião”, “Coração bobo”, “Na melodia de pisa na fulo” e “Girassol” iniciaria um dos mais comentados e aclamados shows do cantor, que convocou o público, em um de seus personagens, a fazer parte de uma igreja musical. Não foi necessária nenhuma prece para que o pedido fosse imediatamente atendido, e “Táxi lunar” encheu a praça de nostalgia – impossível escutá-la e não lembrar também de Geraldo Azevedo, Elba e Zé Ramanho.

Alceu não deixou de lado nenhum sucesso: cantou “Anunciação”, “La belle de jour”, “Morena tropicana” e “Bicho maluco beleza”, finalizando o show com uma sequência de músicas de frevo, como “Diabo louro”. O carnaval, festa mais querida do povo de Pernambuco, se fez presente na praça. Com Alceu à toda forma, ninguém esperava o contrário. Terminou o show com “Voltei, Recife”, que todos cantaram como se o próximo carnaval já estivesse próximo – e como se Alceu fosse uma entidade. De fato, é. E, com seus 70 anos, nunca nos sentimos tão presenteados.

 

Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br/