Mostra de Teatro Alternativo triunfa no 26º FIG

Aposta da programação de artes cênicas do 26º Festival de Inverno de Garanhuns, a Mostra de Teatro Alternativo se provou um sucesso junto ao público do evento. Com sessões na Casa Galeria Galpão, tradicionalmente ligada às artes visuais e ao design, a programação levou centenas de pessoas ao espaço para conferir espetáculos que fogem da formatação pensada para o palco à italiana (tradicional), com temas que abordaram desde a violência doméstica à paranoia contemporânea, passando ainda por dilatações das emoções humanas.

Na sexta-feira (29), o público se deleitou com as histórias de Plínio Maciel, que apresentou o espetáculo Na Beira, do Teatro de Fronteira. Dirigido por Rodrigo Dourado, o trabalho transita pelo teatro documental, registrando passagens da vida do ator, que desnuda emoções e situações íntimas para o público, levando para a cena fotografias, músicas e objetos de seu passado.

Além do talento de Plínio em contar histórias, a dramaturgia é construída com uma fluidez que permite ao público uma imersão no universo pessoal do ator, ao mesmo tempo em que entra em contato com suas próprias recordações. Isso porque, para além de um relato meramente autobiográfico, o espetáculo articula memórias afetivas impregnadas no imaginário coletivo. A apresentação em Garanhuns pareceu, especialmente, tocar a plateia de uma maneira particular, já que Maciel leva à cena muitas das experiências de um rapaz do interior, fato que visivelmente causava maior identificação com alguns dos presentes.

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Na Beira foi idealizado para encenação na casa de Plínio, que segundo o diretor é um espaço com muita memória, com resquícios da história do intérprete. O projeto, no entanto, cresceu e o grupo também apresenta a peça em outras residências, dependendo da disponibilidade e dos convites feitos. A presença da obra na Mostra Alternativa de Teatro reforçou também a diversidade dos trabalhos que foram apresentados ao público durante o festival, mostrando a viabilidade do projeto, assim como a aceitação do público para esta nova forma de fruição do teatro.

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Mais de 500 pessoas lotaram o Teatro Luiz Souto Dourado para conferir a apresentação de Avental Todo Sujo de Ovo, do Grupo Ninho de Teatro (CE). A obra, que já está em cartaz há cerca de oito anos, é um vigoroso retrato do teatro contemporâneo nordestino, com toques e cores regionais, porém abordando temas universais, que dialogam com questões de foro íntimo e coletivo.

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Na obra, um casal do interior do Ceará sofre pelo desaparecimento do filho, que há 18 anos sumiu sem deixar vestígios. Tudo muda quando Moacir, o filho, volta como Indienne du Bois, agora filha. Assumindo sua transexualidade para a família, a moça tem que lidar não só com o peso do seu retorno, mas também de sua condição frente à família.

 

Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br